Oficinas pedagógicas fazem sucesso no 2º Seminário Municipal de Educação

A Prefeitura de Nova Venécia, por meio da Secretaria Municipal de Educação (Seme),  na última terça-feira (25), encerrou os trabalhos do 2º Seminário Municipal de Educação que contou com a realização de dez oficinas durante todo o dia, ofertadas aos profissionais da educação na Faculdade Multivix.

A Seme recebeu palestrantes de diversos municípios como Pinheiros, São Mateus, Colatina, Barra de São Francisco, Cachoeiro de Itapemirim e também de Nova Venécia, que trataram, em oficinas, de estratégias para promoção de uma educação mais equânime possível, como propunha o tema geral do Seminário: Equidade: pilar fundamental para uma educação inclusiva.

Segundo a responsável pelo programa de Formação Continuada da Seme, uma semana antes do Seminário, foi disponibilizado para todas as unidades de ensino um formulário em que os profissionais podiam escolher o tema da oficina de seu interesse para estudar. “Pensamos nesse formato de capacitação para que o cursista pudesse optar por uma área que ele considerasse mais  necessária a sua realidade. Nas oficinas, havia público de modalidades e etapas de ensino diferentes, com isso, acreditamos que a interação entre os profissionais contribuiu para uma visão mais ampla de toda rede através da troca de vivências”, disse a especialista.

Na galeria abaixo, é possível conferir um pouco da riqueza dos estudos ofertados por cada formador durante as oficinas:

Oficina: Um resgate de memórias e afetos

Formadora: arteterapeuta Vanda Bernabé Francischetto

A oficina teve como tema central o olhar para si mesmo, de como o autoconhecimento é o caminho para uma nova condução da própria vida. Por meio de dinâmicas, vivências, produções plásticas e compartilhamentos, houve troca, entrega e explanação de atitudes de como acolher sentimentos, emoções e angústias. Segundo a terapeuta é importante “Acolher para ressignificar!”. Os cursistas puderam vivenciar situações de como o ser humano é capaz de acolher o outro e não a si mesmo, e também de como a dureza direcionada ao outro é muito maior e mais cruel para quem experimenta. Em vários momentos, os cursistas se emocionaram e solicitaram a Seme o retorno da palestrante para que mais pessoas sejam oportunizadas. A capacitação foi encerrada em clima de comoção e de renovação de energias.

Oficina: Os desafios da escola diante das hipóteses diagnósticas (Autismo, TDAH, TOD e D.I)

Formador: psicopedagogo Bruno Costa Ragételes 

Por meio de uma dinâmica de apresentação, o especialista realizou a ambientação da formação para que os cursistas discutissem sobre o papel da psicopedagogia e sua colaboração no processo de ensino-aprendizagem. O especialista fez alguns apontamentos a respeito da disposição e atenção dos professores diante do comportamento atípico de alguma criança, mantendo uma postura empática e de afetividade, deu sugestões de intervenções a serem realizadas com as crianças, adultos e adolescentes para contribuir no desenvolvimento, orientou em como proceder na identificação das hipóteses do Transtorno do Espectro Autista (TEA) através da Análise de Comportamento Aplicada (ABA). Bruno utilizou também vídeos para sensibilização de seu público, que interagiu bastante no momento de tirar dúvidas.

Oficina: A promoção da equidade na escola inclusiva.

Formadora: pedagogas Mariza Carvalho Nascimento Ziviani e Andrea Araujo Costa

A palestrante explanou de forma clara o objetivo da oficina: considerar as diferenças individuais, garantindo oportunidades que visem ao ajuste das necessidades de cada indivíduo, com base no Desenho Universal de Aprendizagem (DUA), em que ocorre a transição do paradigma de que a aprendizagem ocorre centrada no aluno para o paradigma da aprendizagem centrada numa escola personalizada e adequada a todas as crianças, trazendo para os cursistas o conceito de uma escola inclusiva, onde todas as crianças devem aprender juntas, uma escola que reconhece e responde às necessidades diversas de seus alunos, acomodando estilos e ritmos de aprendizagem diferentes e assegurando uma educação de qualidade para todos.  A formadora sugeriu a formação de grupos para realizar a prática colaborativa com estratégias e dinâmicas para se trabalhar com alunos em sala de aula e concluiu defendendo a ideia de que ser colaborativo é uma postura ética esperada de cada indivíduo.

Oficina: Adequações pedagógicas para a inclusão dos estudantes público-alvo da Educação Especial: pensando atividades acessíveis

Formadores: Joeline Lopes Gonsalves (Núcleo de Atendimento às Pessoas com Necessidades Específicas – Ifes Nova Venécia)  e a professora Meiriani Miotto da Silva

Com objetivo de dialogar sobre adequações pedagógicas para estudantes público-alvo de Educação Especial e produzir atividades acessíveis para esse público, as oficineiras abordaram o tema de forma bastante objetiva e trouxeram diversos exemplos e possibilidades de adequações para atender as diferentes necessidades existentes nas salas de aulas e compartilharam com os cursistas, que, em grupo, tiveram a oportunidades deles próprios desenvolveram esse tipo de atividades adaptadas para a inclusão dos estudantes.

Oficina: Construindo uma educação equitativa: combatendo a violência e promovendo a igualdade de oportunidades

Formadora: psicóloga Fernanda Gonçalves Crispim (Núcleo das Margaridas)

A palestrante iniciou a oficina com uma dinâmica de apresentação dos professores em formato de troca de experiências em dupla e apresentou o tema com participação, relatos e opiniões dos cursistas. Fernanda fez uma abordagem sobre a desigualdade educacional de 47% dos alunos da rede pública que não concluem o ensino médio aos 19 anos, questões de gênero, falta de inclusão e violência na escola, tendo o bullying, a desigualdade social e a própria infraestrutura precária das escolas como fatores para elevação desses dados. A especialista citou estratégias para a promoção da igualdade entre os estudantes, por meio do trabalho colaborativo, incentivos aos professores e aos alunos com a preparação para o futuro.

Oficina: Utilização de Espaços de Experiências Sensoriais em sala de aula

Formadores: Marla Kênia Pereira de Andrade Zortèa, Nilceia Aparecida Chiarelli Campanharo e Kassia Jaqueline Ronconi Martinelli (Centro de Educação Multiprofissional -Cemp- de Colatina)

A oficina trouxe a perspectiva de criar experiências sensoriais em sala de aula como uma estratégia valiosa para engajar e promover a aprendizagem de alunos com necessidades educacionais especiais. Segundo as formadoras, essas experiências podem ajudar a quebrar barreiras e proporcionar uma aprendizagem mais significativa para todos os alunos. Algumas sugestões foram apresentadas: adaptar o ambiente, atividades de exploração, estimular a cooperação e a empatia, aulas práticas e experimentais, flexibilidade nas abordagens de ensino e formação e sensibilização para professores.

A autonomia e a previsibilidade foram pontuadas como aspectos essenciais para o ambiente de aprendizagem de alunos com necessidades educacionais especiais, pois ter rotinas bem definidas, previsíveis e estruturadas pode ajudar essas crianças a se sentirem mais seguras e confiantes em suas atividades. Além disso, estratégias como a rotina pictórica, concreta e concreta funcional, bem como o temporizador, podem ser extremamente úteis, já que o uso de imagens ou símbolos para representar as etapas da rotina pode facilitar a compreensão dos alunos e ajudá-los a se organizarem melhor.

Oficina: O que é ser um gestor público; Diferença de líder e chefe; Características do líder servidor; Aplicação do teste “Avaliação de competências

Formadora:  professora Silvia Carla Nascimento 

Pensada para atender o público de gestores, diretores e supervisores escolares e coordenadores de rota das escolas multi do campo, a formação, que contou também com a presença de professores da rede, teve como objetivo apresentar noções sobre equidade no meio educacional, discutir gestão educacional, desenvolver habilidades para lidar com as diversas formas de trabalho, apresentar teorias relevantes em cada área, e promover a interação entre a aplicação da teoria e da prática. Silvia ressaltou sobre a importância da postura de um líder que deve levar em conta habilidades de comunicação, relacionamento interpessoal, ser pesquisador e dar o exemplo, ter como norteador o acolhimento. “Precisamos ter  em mente que somos gente cuidando de gente”, enfatizou a especialista. 

Oficina: Subjetividade e inclusão no processo de uma aprendizagem de qualidade na educação escolar

Formador: psicólogo Emílio Morgan Uliana (Cras-Nova Venécia)

A formação abordou a importância da individualidade e diversidade, os estágios do processo de aprendizagem e as necessidades humanas de Abraham Maslow, as dificuldades enfrentadas por alunos e professores, a fim de oferecer respostas às perguntas dos profissionais, e discutir sobre transtornos de aprendizagem, fornecendo estratégias para auxiliar alunos com deficiência, como evitar poluição sonora, adotar um tom de voz adequado e se posicionar de forma assertiva na comunicação. 

Oficina: TDAH (transtornos de déficit de atenção e hiperatividade) AH/SD (Altas habilidades e superdotação)

Formadora:  neuropsicopedagoga Fabíola Tim Moraes

Com o intuito de esclarecer a temática, a palestrante abordou o tema de forma lúdica com propostas, sugestões e estratégias reais com base em seus atendimentos, possibilitando aos participantes um momento de troca de experiências a partir das situações vivenciadas por cada um, a fim de promovendo a compreensão e o suporte para indivíduos com TDAH e AH/SD, visando à inclusão e o desenvolvimento de suas potencialidades.

Oficina: A importância da educação Musical na Primeira Infância

Formadora: mestre em educação musical Taís Monteiro da Silva Bonna

A formadora explanou sobre como a aprendizagem da música interfere na percepção de mundo do aluno, principalmente nos processos criativos, cognitivos, sociais e emocionais, e como o professor pode potencializar esses processos através da empatia, musicalidade e olhar ativo sobre o aluno. Como diz Taís “O corpo é música!”. Com a proposta de estimular o ato de criar e explorar sons,  movimentos e melodias dentro da escola de forma sistemática e livre, os professores pensaram e articularam propostas que foram apresentadas nas oficinas.